Monday, March 31, 2008

Palhaço

There are definite things I don’t like about it. Like when stuff is stolen from movies and put on there. I’ve seen some of my films on there partitioned into 12 sections even.

Your stuff is on there?

Yeah, then you have to chase after these guys to take it off because you’re losing money because your DVDs aren’t selling … that kind of stuff. That’s a downside. On the other hand, when I think about it, that’s kind of interesting too. A weird stealing. They’re ‘stealing’ from me, but I would say if they do that to a shitty Hollywood film – I’m all for it! [Laughs.] So where are the moral implications here?

Where’s the revolution?

Yeah! I happen to think that if you’re fucking around with some corporation, then I don’t care! ‘Cause they make a lot of money and they are gonna make it no matter what. But if you are fucking with somebody’s basic lifeblood … Take, for example, the Dee Dee Ramone DVD [Hey Is Dee Dee Home?, 2003]: we released 15,000, which isn’t much. So if they are ripping that off, that means they are taking money out of my pocket … well, kind of. So, maybe you sell a thousand less DVDs and you make a few thousand dollars less money. I dunno. In a way it’s cool that they are ripping you off, but I would still like to make the money!


Lech Kowalski, demagógico

Sunday, March 30, 2008

Seco e à letra

Penúltimo Plano de "Titicut Follies":

The Supreme Judicial Court of Massachusetts has ordered that "A brief explanation shall be included in the film that changes and improvements have taken place at Massachusetts Correctional Institution Bridgewater since 1966.

Último plano de "Titicut Follies":

Changes and improvements have taken place at Massachusetts Correctional Institution Bridgewater since 1966.

Anormais?

De resto, se uma preocupação tive, e poderia ser um princípio moral, foi indeterminar e destruir a fronteira da normalidade e da anormalidade, sem «parti-pris», mas pela razão simples de me estar no sangue e na inteligência, até porque estou convencido que grande parte dos anormais estão cá fora e muitos normais, hospitalizados. Classifico mesmo essa divisão, em extremo, como racista. É um dos grandes problemas do nosso tempo, em qualquer parte do mundo, e tentar destruir esse preconceito era, para mim, muito importante.

António Reis

Não para continuar o post do outro dia, mas para dizer que acabei de ver "Titicut Follies", primeiro filme de Fred Wiseman, datado de 1967. Diz Wiseman que o resultado final é decepcionante devido à ingenuidade com que partiu para o projecto, pensando que com o filme poderia mudar alguma coisa, neste caso a forma como os internados do hospício do Massachusetts Correctional Institute eram tratados. Dependerá de cada um concordar ou discordar dele, não é isso que está em questão. Porquê? Porque a qualquer discurso externo se sobrepõe, a meu ver, o discurso do filme. "Titicut Follies" não me parece também o melhor exemplo para evidenciar a negação do termo Cinema Verité por parte de Wiseman. Isto porque me surgem como momentos mais fortes deste filme aqueles em que a câmara está, de facto, . O diálogo (se bem que "diálogo" seja um termo incorrecto quando um dos intervenientes não quer ouvir, mas apenas negar o outro) entre o internado que vemos no filme a defender a sua condição sã e um funcionário da instituição (não sei especificar a sua função, mas tem poder) é sintomático. Voltando à questão do discurso do filme: são diálogos como o atrás referido ou planos como aquele em que um director olha escarniamente para o mesmo doente que põem em causa aquela instituição - se Wiseman tentou que houvesse uma mudança, o filme prova que ele o fez de forma exímia. Vale a pena referir ainda que a forma "wisemaniana" seca (não há narração ou entrevistas) até ao tutano não deixa nunca o filme aproximar-se de qualquer demagogia. Se Wiseman faria melhores filmes em diante, sempre com base na relação do indivíduo com a instituição também não me interessa - "Titicut Follies" é um filme gigante.

Saturday, March 29, 2008

Grande comunicador

Daí outra pergunta que se impõe: como é que, maioritariamente, as mensagens publicitárias, representam os jovens? A resposta é muito simples, directa e a todos os instantes confirmável: essas mensagens representam, maioritariamente, os jovens como seres cuja alegria, vocação e destino se cumprem em práticas consumistas. Que práticas consumistas? Duas são por demais evidentes, de tal modo são todos os dias marteladas, em todos os horários de todas as televisões:
1 - a aquisição dos mais modernos modelos de telemóveis;
2 - o consumo de bebidas alcoólicas.



Tenho que regressar ao texto do João Lopes, mencionado no post abaixo. Isto porque Jorge Gabirel, na edição de ontem do "Quem Quer Ser Milionário?", se deu ao trabalho de evidenciar toda a estupidez e simplismo da representação dos jovens na televisão. Neste caso, não é a sua representação, mas o pensamento sobre os jovens que está já instalado nas próprias figuras da televisão. Cito de cor:

No outro dia esteve cá um jovem de vinte e poucos anos que utilizou as ajudas sempre que teve dúvidas e saiu daqui muito satisfeito com 1500 euros. Quem sabe chega para comprar um novo iPod?

Wednesday, March 26, 2008

O que não se mostra, não se pensa

Em três partes (1-2-3), João Lopes propõe uma outra forma de pensar a mediatizada agressão da aluna à professora. Vale mesmo muito a pena.

Sunday, March 23, 2008

Friday, March 21, 2008

Onde está o documentário?



Byblos, hora de almoço. Espero que se perceba o post, apesar da péssima fotografia (o que faz ter um telemóvel novo e moderno).

Politicamente incorrecto bem comportado

A expressão que utilizei no post abaixo faz-me lembrar o "Juno", filme que me fez pensar um pouco. Acho que interessa menos aquilo que está no filme, isto é, se a personagem é divertida (eu ri-me bastante), se o argumento é interessante, se o Reitman sabe fazer alguma coisa dele; interessa-me pensar no filme enquanto objecto saído de um determinado contexto e o que, dessa forma, representa.

O contexto é, então, o que se insiste em chamar cinema indie. É preciso comparar filmes como "Juno", que põe no centro uma personagem "diferente", com filmes que nos anos 80 começaram a ser catalogados como indie. Escolho Jarmusch e os seus primeiros filmes porque gosto muito deles, mas também porque os seus personagens são "diferentes". O que se extrai desta comparação? Para mim, e obviamente, há toda uma diferença política.

Em "Juno" o políticamente incorrecto é virtuosismo, é verborreia, como se fosse uma prova que é preciso passar. No final, tudo é absorvido em favor de uma simplicidade, de uma necessidade de aceitação que o filme sente em relação ao espectador. "Juno" é Fox (Searchlight Pictures). Em Jarmusch o politicamente incorrecto existe, mas não nos termos em que se usa a expressão agora. Em Jarmusch há uma atitude política que é oposta à atitude dominante, ou seja, em vez de se movimentar de forma reguila dentro da atitude dominante, movimenta-se no seu exterior; na sua margem; independentemente. Jarmusch é a mise-en-scène da diferença.

É isto que interessa pensar, isto é, até que ponto insistir em chavões como indie ou cinema independente para filmes como "Juno" transforma uma simples catalogação em apagamento da diferença. Se "Juno" se vende como a diferença dentro do cinema americano e o receptor o recebe como tal, não há cinema independente a furar o mainstream. Há, sim, o mainstream a absorver uma idéia de diferença e a normalizá-la (o final de "Juno", por exemplo). Mais grave do que cinematograficamente "Juno" não ser Jarmusch é que já só há "Juno" e já não há Jarmusch. Estarei a exagerar um pouco? Não deixo de sentir que tudo isto é muito perigoso.

Monday, March 17, 2008

O que discutir

Não me apetece discutir o Pedro Mexia (o que há para discutir? o Bénard continua a reinar absolutamente), não me apetece discutir os filmes sobrevalorizados (antes de mais, recuso a forma bem comportada como se tenta ser políticamente incorrecto no Claquete), apetece-me discutir públicos, pegando no post que mais me interessou nestes últimos tempos.

Isto não é como a história do ovo e da galinha, isto é, que veio primeiro? As más imagens ou o mau público? Tenho a clara convicção de que foram as más imagens (também não me apetece discutir a sua origem, a televisão, etc.) e os públicos são muitas vezes injustiçados e metidos no mesmo saco. Qual o espanto de 7 bêbedos ficarem em silêncio perante um filme que eu até ainda nem vi? Qual é o espanto se houver um público considerado desinteressado que está, na verdade, interessado? Tem tudo que ver com a ditadura das imagens e não com a estupidificação natural das pessoas. E, nesse sentido, acredito profundamente na lucidez da malta dessa taberna, a apreciarem o "Strange Days" todo. Isso faz-me lembrar o que o António Reis dizia sobre o Jaime, personagem do filme homónimo (para aí o filme que mais desejo ver), acreditando na sua luzidez, e, inevitavelmente, no discurso do Pedro Costa em querer mostrar os seus filmes na Lusomundo. É esse tipo de resistência que é preciso, é preciso ir pelas camadas mais baixas, muito menos embrutecidas que as camadas superiores, burgueses a comerem merda nos acontecimentos... é então preciso acreditar nessa gente. Eu acredito.

Melhor 11 do Benfica pós-93/94 em 4-4-2 sem recuperador de bolas nato

1- Preud'Homme
2- Miguel
3- Ricardo Rocha
4- Gamarra
5- Leo
6- Tiago
7- Poborsky
8- João Pinto
9- Van Hooijdonk
10- Rui Costa
11- Simão

Tuesday, March 11, 2008

Blank Slate

Gonna jump out of a cake with my heart on a string

Sunday, March 09, 2008

Trapa! Trapa! Trapa!

Em tempos benfiquistas menos conturbados, hoje o Mantorras seria titular e faria hat-trick contra o Leiria. Mas não: ou joga o barrete do Cardozo (podem vir todos) ou joga o Nuno Gomes que ainda deve estar rebentado. Ou mesmo os dois. O Mantorras só entra depois, talvez marque um, mas nem tem tempo para aquecer.

Terror

Tenho mais medo a ver filmes do Mizoguchi do que tive em qualquer filme de terror que já tenha visto.

Sábado à noite

Em "Michael Clayton" incomoda-me aquilo que cada vez mais me incomoda na maior parte do cinema contemporâneo: o argumento. Sendo filme de argumentista, não poderia esperar muito mais e a verdade é que lá fui contemplado com um argumento inteligente, cheio de truques como gosto de dizer, em que nada fica para trás. Mesmo que se diga que narrativamente o filme até se safa isso também é devido à montagem, que, digo eu, já vem do argumento também. É visivelmente um esquema preenchido como tantos outros filmes. E quando o esquema é notório, sente-se sempre o filme de forma mecânica (como é Clooney, apesar do carisma). Não acho que seja um filme a ignorar, por alguma razão o cinema político está outra vez em voga e mesmo quando os filmes são fracos, acho bem que existam porque são o suficiente para espectadores, na sua maioria, também fracos. Tilda Swinton é excelente e o último plano também - é o momento orgânico do filme, quando o peso de Clooney deixa de ser pose e se torna real.

"John Rambo" pisa os anteriores dois filmes como "Rocky Balboa" pisava os anteriores quatro. Não há muito mais a dizer do que já tem sido dito: é preciso pensar (façam lá isso senhores críticos de cinema e de sistemas de transporte urbanos) quem no cinema americano expõe de forma tão directa uma chacina que existe na Birmânia sem daí querer tirar mensagens demagógicas, mas porque ao mesmo tempo que é background de consciência política, é background para uma personagem. Stallone continua a surpreender; eu pelo menos não esperava ver cabeças cortadas, mebros amputados e violações sem voyeurismo. A câmara mexe muito, não pode haver tudo, mas é salutar constatar que em vez de se cortar a torto e a direito se tenha escolhido acelerar planos - vê-se mais, de facto. Violência série-que-quiserem não gratuita, que é basicamente o que acontece o filme todo, para, no final, Rambo regressar a casa. Assim: depois de muito tempo desaparecido, Rambo regressa a casa. "Que casa é esta?" é questão a fazer, claro, mas aí está Sylvester Stallone a continuar a encenar nos seus filmes a sua própria exclusão, o seu combate consigo próprio e a coragem de reaparecer vindo de um outro tempo. É comovente.

Saturday, March 08, 2008

Dia da Mulher

Photobucket

Monday, March 03, 2008

Cucu!

Enquanto não consigo dizer mais nada, queria só deixar o meu amor descomunal e imediato por "Le Voyage du Ballon Rouge", de Hou Hsiao Hsien.

Saturday, March 01, 2008

10 filmes dos 90's

Desafiado pelo José Oliveira (ordem alfabética):

Belfast, Maine, Wiseman
Chungking Express, Kar-wai
Close Up, Kiarostami
A Comédia de Deus, Monteiro
Goodfellas, Scorsese
He Got Game, Lee
Magnolia, Anderson
Ossos, Costa
A Perfect World, Eastwood
Unforgiven, Eastwood

Passo ao Miguel e ao Hugo.