O que discutir
Não me apetece discutir o Pedro Mexia (o que há para discutir? o Bénard continua a reinar absolutamente), não me apetece discutir os filmes sobrevalorizados (antes de mais, recuso a forma bem comportada como se tenta ser políticamente incorrecto no Claquete), apetece-me discutir públicos, pegando no post que mais me interessou nestes últimos tempos.
Isto não é como a história do ovo e da galinha, isto é, que veio primeiro? As más imagens ou o mau público? Tenho a clara convicção de que foram as más imagens (também não me apetece discutir a sua origem, a televisão, etc.) e os públicos são muitas vezes injustiçados e metidos no mesmo saco. Qual o espanto de 7 bêbedos ficarem em silêncio perante um filme que eu até ainda nem vi? Qual é o espanto se houver um público considerado desinteressado que está, na verdade, interessado? Tem tudo que ver com a ditadura das imagens e não com a estupidificação natural das pessoas. E, nesse sentido, acredito profundamente na lucidez da malta dessa taberna, a apreciarem o "Strange Days" todo. Isso faz-me lembrar o que o António Reis dizia sobre o Jaime, personagem do filme homónimo (para aí o filme que mais desejo ver), acreditando na sua luzidez, e, inevitavelmente, no discurso do Pedro Costa em querer mostrar os seus filmes na Lusomundo. É esse tipo de resistência que é preciso, é preciso ir pelas camadas mais baixas, muito menos embrutecidas que as camadas superiores, burgueses a comerem merda nos acontecimentos... é então preciso acreditar nessa gente. Eu acredito.
Isto não é como a história do ovo e da galinha, isto é, que veio primeiro? As más imagens ou o mau público? Tenho a clara convicção de que foram as más imagens (também não me apetece discutir a sua origem, a televisão, etc.) e os públicos são muitas vezes injustiçados e metidos no mesmo saco. Qual o espanto de 7 bêbedos ficarem em silêncio perante um filme que eu até ainda nem vi? Qual é o espanto se houver um público considerado desinteressado que está, na verdade, interessado? Tem tudo que ver com a ditadura das imagens e não com a estupidificação natural das pessoas. E, nesse sentido, acredito profundamente na lucidez da malta dessa taberna, a apreciarem o "Strange Days" todo. Isso faz-me lembrar o que o António Reis dizia sobre o Jaime, personagem do filme homónimo (para aí o filme que mais desejo ver), acreditando na sua luzidez, e, inevitavelmente, no discurso do Pedro Costa em querer mostrar os seus filmes na Lusomundo. É esse tipo de resistência que é preciso, é preciso ir pelas camadas mais baixas, muito menos embrutecidas que as camadas superiores, burgueses a comerem merda nos acontecimentos... é então preciso acreditar nessa gente. Eu acredito.
2 Comments:
Eu não discuti o Mexia, nem sequer o conheço. Discuti uma nomeação dele para um organismo público que, a meu ver, não se justifica.
Obviamente que é isso que está em causa, Miguel.
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