Friday, May 30, 2008

Cinco filmes

Para quem não sabe: aos amigos da Cinemateca Portuguesa estão a ser pedidas cinco sugestões de filmes no âmbito da comemoração dos 50 anos da insituição. É claro que as sugestões terão que passar nos "critérios de programação e disponibilidade de cópias". As minha sugestões:

- "Jaime", António Reis
- "Vilarinho das Furnas", António Campos (ou qualquer outro de António Campos)
- "Lo Chiamavano Bulldozer", Michele Lupo
- "Rocky Balboa", Sylvester Stallone
- "Färval Falkenberg", Jesper Ganslandt

Tenho dito.

Tiago, volta!

Junto-me à blogosfera cinéfila que chora a ausência de Peeping Tom.

Thursday, May 29, 2008

O cinema tem que ser isto!

Wednesday, May 28, 2008

Sidney Pollack

Vale muito a pena emparelhar estes dois textos.

Quanto a mim, que nunca falei com Sidney Pollack e poucos filmes seus vi, só me lembro de ver "Three Days of the Condor" com uma ressaca enorme, não conseguindo perceber totalmente o que estava ali a acontecer. Fiquei muito bem impressionado com o filme e sempre ficou marcado para revisão. Se calhar, é hoje.

Update: É, sem dúvida, um filme interessante, não sem os seus problemas, pois salta-me logo à vista uma bengala narrativa, Faye Dunaway, cuja personagem requer bastante do espectador. Mas interessante porque à medida em que vamos percebendo o que levou aos assassinatos do início do filme somos confrontados com ideias de agora: intervir no médio oriente, petróleo, fome. Talvez as ambições do filme não seriam tão grandes - inserido numa vaga de vários filmes políticos ou de paranóia - mas um filme, qualquer filme, mesmo sem querer, pode funcionar como registo, como marca de um tempo. Vejo "Three Days of the Condor" 33 anos depois exactamente assim: 33 anos depois.

Friday, May 23, 2008

Vasco Câmara

É isso: o Paulo Branco versão Atalanta já há muito tempo não quer saber (o Chabrol é distribuído pela Lusomundo) e na versão Medeia lá arranja a sala 3 do King para cada vez menos gente ver o filme. Mas veja-se a edição de hoje do Y, que, na verdade, já é regra: a capa só podia ser aquela, mas não há mais nenhum destaque de cinema; na parte das críticas Jorge Mourinha reina, textos repetidos, Mário Jorge Torres, que suponho ainda doente (as melhoras para ele), não é substituido.

Vasco Câmara, cuja cinefilía e textos me agradam bastante, é o editor dessa nhanha que é o Y.

Jorge Mourinha

"En La Ciudad De Sylvia"

Thursday, May 22, 2008

Doc's Kingdom incerto*

- I let you take another week.
- I need that week.
- Why does it have to be that week?
- There is something happening in Alentejo that week, a seminar of documental cinema.
- What?!? Danny, you're getting too heavy for me.

*A luta continuará, certamente. Não percam o próximo episódio porque nós também não.

Círculo cinéfilo

Antes do "Sista Siskret" efectivamente começar, é feita uma pequena contextualização sobre quem era Georg af Klercker na produção cinematográfica sueca, no final dos anos 10. Ficou-me no ouvido a seguinte frase, citada de cor:

Os filmes de Klercker eram muito conhecidos fora do círculo cinéfilo.

Saturday, May 17, 2008

Bafienta Hollywood

O filme do Scorsese faz com que o do Coppola melhore um bocado. Venha o Spielberg.

Monday, May 12, 2008

Glasses risen.

We'll raise them again in July. Vai ser outro concerto, com certeza, mas aquilo que lá vamos buscar estará lá, de certeza. Foi muito bonito.

one time you were a glowing young ruffian
oh my god it was a million years ago

Saturday, May 10, 2008

Num mundo perfeito, amanhã, todo o público do concerto sentir-se-ia nervoso até que se começasse a ouvir o "Baby We'll Be Fine". O nervosismo daria lugar a uma hemorragia interna e quando se ouvisse

take a forty-five minute shower and kiss the mirror

uma subtil e despercebida lágrima cairia de um dos olhos de todas as pessoas, ao mesmo tempo que já se ouvem as palavras

and say, look at me

após as quais o tempo pararia. Nesta suspensão far-se-ia a revisitação do que quer que fosse ser preciso revisitar, as pessoas olhariam umas para as outras com um olhar meigo, melancólico, mas também cúmplice. Daqui resultaria a felicidade triste com que é preciso receber

baby, we'll be fine

e está tudo bem.

Jornalismo da expectativa

Os mesmos jornalistas que fizeram vénias às consecutivas derrotas da selecção nacional de râguebi dizem que Vanessa Fernandes começou mal o ano com dois segundo lugares.

Wednesday, May 07, 2008

Bejeco

Monday, May 05, 2008

9 anos

O Cinema 2000 fez ontem 9 anos.

Sunday, May 04, 2008

O exterior

O cinema seria absolutamente insuportável sem este sair para a rua, mesmo o da noite escura. O exterior, o que está lá fora, eis a essência do cinema. Mesmo lá dentro, e sobretudo para os que amam aquilo que só se pode passar lá dentro, é isso o mais importante, a única coisa importante. Ai de quem não o perceba! No fundo, o cinema não interessa nada.

Cada um tem a disponibilidades que tem e uma vida pessoal, mas é pena que o homem da agenda cinematográfica não actualize o seu blogue mais vezes. As suas notas demasiado soltas sobre o Indie são obrigatórias.

Já agora, aproveito este post para agradecer ao André a programação do "Gespenster" (Christian Petzold, 2005), no início deste ano. Apesar de Resnais, Hsiao-Hsien, Gray e Guerin, este é capaz de ter sido o melhor filme contemporâneo (e como esta palavra se cola a este filme) que vi este ano.

Pare, escute e olhe

Já não nos aparecem muitos filmes que nos peçam esta disponibilidade para os acompanhar no seu olhar como o pede "En La Ciudad De Sylvia". É isso que faz o filme de Guerin, deixa-nos (aos disponíveis para olhar) acompanhá-lo na sua totalidade, porque nos dá a ver tudo, a ouvir tudo. Um homem procura uma mulher que conhecera há seis anos. É mais ou menos isto. Isto mais toda a dúvida interior do homem, quando na esplanada olha e desenha as mulheres em seu redor, dando-nos Guerin toda a percepção do espaço físico, bem como interior da personagem, através daquilo a que chamaria uma lição de montagem. Isto mais a continuação de toda a percepção da cidade e dos espaços percorridos pelo homem a perseguir a mulher que julga ser Sylvia. Não só a montagem continua a ser fundamental, como o extraordinário trabalho de som ajuda a essa percepção, brilhante no modo como estrutura a continuidade dessa sequência.

Acho que há algo de muito ético nessa vontade de nos mostrar tudo. Não no sentido negativo das ficções simplistas, que nos tentam dar certezas, mas no sentido contrário, isto é, dar a percepção máxima ao espectador para mostrar uma desorientação (figurada pelo personagem masculino), que é também uma forma de se estar relacionado com o mundo.

Música

Duas obras-primas dentro de outra obra-prima vista ontem: "En La Ciudad De Sylvia". "Heart of Glass" estava também em "We Own The Night", outra obra-prima. Escrevam lá um post com a palavra obra-prima dita mais vezes.



Congratulations, Bobby

Só posso sublinhar a associação a Ford e também nunca percebi muito bem a relação que querem fazer entre Gray e Scorsese (o José resume a coisa muito bem). Mas, se por um lado não me apetece dizer que Coppola é o fantasma do cinema do Gray (utilizado muito pelos detractores do filme), por outro lado também não me apetece fazer a completa negação desse fantasma. Bom, não é um fantasma, digamos que é uma simples referência. Para não cair para um lado ou para o outro, é preciso pensar a relação que Gray estabelece com Coppola.

Não é respondendo à pergunta como?, de facto a pergunta mais importante, que chegamos a essa relação, claramente porque Gray não copia nada. Aliás, onde está a cópia se não há em "We Own The Night" nunca algum excesso operático que Coppola não retirava de seus filmes, onde sentimentos eram muito mais evidenciados do que em Gray, havendo, sim, no filme do último, constantes elipses e uma secura que não deixam as emoções vir à superfície, tornando tudo implosão emocional?

Mas não acho que se deva negar Coppola, isto se pensarmos um pouco na pergunta o que?, pois nos dois realizadores impera a vontade de mostrar tragédias familiares. E, repetindo-me, não fazendo nunca uma cópia a Coppola, não consigo deixar de pensar em "The Godfather". E, sinceramente, Gray deve ter pensado também. O filme de 72 e Michael Corleone estão no percurso de Bobby, na sua tomada de consciência do sangue que corre nas suas veias, na redenção que Bobby busca no final desse percurso. "The Godfather" e o mesmo Michael estão também naquilo que Bobby perde, a Amada, tal como Michael perdia Kay Adams. Já falei nisso por alto, mas vejam que quando Bobby decide entrar na polícia, ele vai da sala para o quarto, fechando a porta atrás de si. É o plano final do filme de Coppola. Como disse, Kay Adams ainda tinha direito a um contracampo. Em "We Own The Night" Amada já só terá direito à imagem de um fantasma. O plano seguinte ao de Bobby fechar a porta, mostra a sua entrada no corpo policial. Ninguém lhe beija a mão, mas todos dizem: congratulations, Bobby.

Friday, May 02, 2008

Já agora

É possível ver o "Shoah" num DVD? Como é que se faz? Divide-se em três? Sempre tive alguma dificuldade em ver filmes longos em casa. Os filmes mais longos que vi, vi-os em sala, não creio que seria possível tê-los visto em casa. Falo de "Heaven's Gate", "Belfast, Maine", "When the Levees Broke: a Requiem in Four Acts". A meio da escrita deste post lembro-me que vi o "Once Upon a Time in America" em casa. Foi muito complicado.

Achado

Sim, até existe na Amazon, mas encontrá-lo inesperadamente durante um passeio bate qualquer compra online.