Monday, October 29, 2007

25 anos

I keep looking for a place to fit
Where I can speak my mind
I've been trying hard to find the people
That I won't leave behind

They say I got brains
But they ain't doing me no good
I wish they could

Each time things start to happen again
I think I got something good goin' for myself
But what goes wrong

Sometimes I feel very sad
Sometimes I feel very sad
(Can't find nothin' I can put my heart and soul into)
Sometimes I feel very sad
(Can't find nothin' I can put my heart and soul into)

I guess I just wasn't made for these times

Every time I get the inspiration
To go change things around
No one wants to help me look for places
Where new things might be found

Where can I turn when my fair weather friends cop out
What's it all about

Each time things start to happen again
I think I got something good goin' for myself
But what goes wrong

Sometimes I feel very sad
Sometimes I feel very sad
(Can't find nothin' I can put my heart and soul into)
Sometimes I feel very sad
(Can't find nothin' I can put my heart and soul into)

I guess I just wasn't made for these times
I guess I just wasn't made for these times
I guess I just wasn't made for these times
I guess I just wasn't made for these times
I guess I just wasn't made for these times
I guess I just wasn't made for these times


The Beach Boys - I just wasn't made for these times

Saturday, October 27, 2007

Outras formas de vida

O que resta é a energia da esperança e do desespero, a força vital que alimenta todos os seus filmes e nos encoraja a continuar a encarar a realidade, a acreditar na desobediência civil e a imaginar outras formas de vida, que estejam livres do determinismo e sempre próximas da contradição.

Barbara Levendangeur, ainda na brochura do Kowalski

Zidanes, Costa e o cinema

Não vou ser eu a negar um certo esgotamento do cinema enquanto arte. Antes que me comecem a mandar pedras, acredito, porém, que há quem continue a levar o cinema para a frente. Aliás, como não depois de, ainda ontem, rever "Juventude em Marcha" e ouvir no discurso de Costa, presente no final da sessão, uma crença no cinema enquanto voz dos mudos, formalmente rasgando a monotonia. Segui-lo-ei sempre; Pedro Costa é o meu pai cinematográfico. Isto para dizer que acho patético o hype em volta de "Zidane". Digam-me que esse objecto não é cinema, é artes plásticas, é algo no meio, whatever. Eu recebo-o enquanto objecto que anda por dentro das esferas do cinema. E, dessa forma, tenho a dizer que é um filme que me parece falhado. Creio que, eventualmente, os artistas plásticos poderão ser importantes para injectar algum sangue novo na linguagem do cinema. Mas se é para fazer, que façam a sério. É a hesitação que desgosto no "Zidane". Se acho interessante o conceito de seguir apenas um jogador durante um jogo de futebol, utilizando 17 câmaras para isso, acho patético que se utilize a música dos Mogwai, que por sua vez também me parece cheia de truques fáceis (só o Michael Mann soube utilizar), enquanto impulsionador dramático, bem como as legendas citando o jogador com frases românticas sobre a percepção de si próprio durante um jogo. Em vez de assumir a abstracção a fundo, vai buscar ao mais antigo dos cinemas efeitos dramáticos que, de certa forma, o sustentem. Será nestes efeitos que vão buscar o estudo sobre a solidão (apenas li coisas sobre este filme no ípsilon), solidão essa, desculpem-me o totalitarismo, que não está no filme nem por sombras. O jogador em causa ser Zidane ajuda a um hype escusado em torno de um filme que enquanto renovação do cinema me parece falso. Com certeza há melhores exemplos sobre a mescla das artes enquanto impulso para o cinema (irei em breve ver a exposição que está no Museu do Chiado e espero confirmar o que digo). Enquanto isso fico com Pedro Costa, não só um grande cineasta cinéfilo, mas um cineasta que prolonga essa cinefilía para algo novo, algo sério. Os outros que continuem a brincar.

Friday, October 26, 2007

Para quando?

Thursday, October 25, 2007

Wednesday, October 24, 2007

Tuesday, October 23, 2007

Who cares?

Julgam-se perfeitos e tecnicistas, não fazem mais do que «mau vídeo» e quando estão a filmar só conseguem pensar na história, só vêem aquilo à frente. Resultado: nada se passa. Eu não gosto de imagens bonitas. Gosto de imagens que tenham hipóteses de histórias lá dentro e que eu vou construir na montagem. Em "Winners and Losers", algumas imagens são feias, estão desfocadas, mal iluminadas, um pouco «funky», «who cares?».

Conceber um filme pago por uma empresa ou instituição e vendê-lo ao mundo torna esse filme diferente. A produção define logo se estás deste ou daquele lado da fronteira. Quero que nos meus filmes haja tensão e provocação, «to fuck the things a little bit». E isto é um dilema porque, ao mesmo tempo, quero poder comprar o meu pão e pagar a minha renda, preciso de dinheiro como toda a gente. Mas não preciso de muito. E se jamais precisasse de ir a um banco pedir dinheiro para filmar seria o tipo mais feliz do mundo, encontraria um «estado zen», o momento perfeito da minha existência.

Para mim o documentário é a essência do cinema. É boa ficção

Lech Kowalski, em entrevista a Francisco Ferreira, na brochura editada pela Apordoc.

Monday, October 22, 2007

Lopes sobre Kerr

Lindíssimo texto de João Lopes sobre Deborah Kerr e a cena final de "An Affair to Remember".

Públicos do DocLisboa

i) Tenho a convicção de que o público do Londres e da Culturgest não é o mesmo. A Culturgest dá-se ao acontecimento. O que eu gostaria mesmo era de um DocLisboa em quatro ou cinco salas do Colombo ou do Alvaláxia. Era ver o passador a ficar com a porcaria toda.

ii) O problema do espectador temático. Caso específico: os punks a ver os Pistols no filme de Kowalski. Caso mais específico: o rapaz atrás de mim que sabe as músicas e as canta, pergunta à pessoa ao lado "tu tens isto, certo?", muito entusiasmado com o Sid, mas que ao fim de 30 minutos adormece e ressona os restantes 60.

Friday, October 19, 2007

Deborah Kerr



O falecimento de Deborah Kerr deu-me uma leve depressão cinéfila. Neste caso, não pela morte da actriz em si, mas porque, lendo as notícias e as homenagens nos blogues, vejo referidos famosos filmes que não vi. Ponho-me a pensar que nunca conseguirei ver tudo o que quero, não vai haver tempo, más escolhas são feitas e se morrer amanhã nunca terei visto, sei lá, já que falamos de Kerr, "Black Narcissus". O desejo de ver todos os filmes já feitos corrói.

Dessa forma, deixo a minha lembrança de Kerr. Mais do que um rosto, pernas, naquele plano [inserir adjectivos hiperbólicos] em que fora de campo dá o primeiro beijo a Cary Grant. Já alguém lhe chamou o mais belo beijo do cinema.

Wednesday, October 17, 2007

"À Flor da Pele"

Já me perguntava onde andava este filme da Catarina Mourão, pois não mais ouvi falar nele desde o Indielisboa 2006. Passa hoje na 2: (lá vais passar isto Wemans) e aconselho vivamente. Um retrato íntimo de um bairro e de quem o habita, que ao mesmo tempo abre caminhos, não sendo o menor aquele que leva a um olhar sobre uma certa condição portuguesa, mesmo que Mourão diga que não fez um filme sobre Portugal. Quem não conhece que o descubra e seja levado pelos seus próprios caminhos.

As fotos abaixo foram tiradas numa ida ao Porto, este ano, e deixo aqui o meu agradecimento a quem o merece.





Hoje, 22h no Santiago Alquimista

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket

Monday, October 15, 2007

Mais fado

Este país, senhores, é um poço onde se cai.
Um cú de onde se não sai.

Como acabado de ouvir em "Quem Espera Por Sapatos De Defunto Morre Descalço", visto pela primeira vez.

Sunday, October 14, 2007

Triste fado, o do cinema

O último plano de "Fados", uma grua a percorrer os cenários do filme, acabando de forma aproximada a uma câmara, mete dó. Um espanhol a fazer um filme sobre fados? Dinheiro português para um filme feito por um espanhol sobre um valor tão profundo da cultura portuguesa? Os artistas escolhidos e os que ficaram de fora? Disto e mais alguma coisa se falou e fala acreca de "Fados" - é o tipo de filme perfeito para se ver a relação de grande parte da sociedade portuguesa em relação ao cinema, isto é fala-se de tudo menos de cinema. Ou melhor: do cinema que este objecto construído pelo Carlos Saura não tem. Nada. Zero. E aquele úlimo plano...

Saturday, October 13, 2007

Milagres

Jim Sheridan convoca "E.T. - The Extra Terrestrial" para o seu "In America". Os que não gostam dirão que funciona como caução. Na minha opinião, funciona como filiação. A quê? A uma forma de encarar o cinema como possível de tudo, possível do milagre. Não há muitos filmes que me fazem acreditar em milagres. O filme de Spielberg é um desses raros casos. Mas há ainda outro filme de que me lembrei ao ver "In America" e que é, a meu ver, o maior filme que já se fez nesta óptica do milagre. Três filmes americanos, a hipótese do sonho americano tem mesmo essa força tremenda de inscrever, por exemplo, estes milagres. Dizia eu que me tinha lembrado de outro filme, o maior: "It's a Wonderful Life", de Frank Capra. Chamar a "In America" esse filme de Capra é o meu elogio a Sheridan e a este seu filme enorme.

Oriente Próximo

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket

Comprado. A ser lido, com desmesurado prazer, em breve.

O meu

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket

Ford por Gallagher

Via Anotações de um Cinéfilo. De graça, como deve ser.

Thursday, October 11, 2007

Curto e grosso

O filme do Paul Auster é, como já esperava, uma granda merda.

Wednesday, October 10, 2007

Escolhas de Isaach De Bankolé

Entre outros, actor de:

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket
Claire Denis

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket
Jim Jarmush

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket
Pedro Costa

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket
Lars Von Trier

Tuesday, October 09, 2007

Continuem

Sunday, October 07, 2007

Momentum

Murnau, Welles, Ford, Godard, Rossellini, Scorsese, blá blá blá poderia pôr mais n nomes consagrados, descobrimos os seus filmes já à espera da obra-prima - e quase sempre se confirma. Daí que é quando não conheço o filme e o realizador (e mesmo neste caso já sabia que o filme tinha tido boa crítica) que o cinema me rasga por completo, quando aparece uma obra-prima.

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket

"Être et Avoir" é um filme maior que tudo. É o mais belo dos filmes.

Saturday, October 06, 2007

"The Heartbreak Kid", um filme obrigatório

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket

Wednesday, October 03, 2007

doclisboa 2007

Programação disponível online.

Depois daquela magnífica entrevista do Wemans à última Docs Pt., é estranho vê-lo como júri de alguma coisa no Doclisboa.

Projecções

É-me familiar o relato do André Dias, espectador ocioso. A minha experiência foi no Quarteto, há coisa de um ano (talvez mais), num dia em que, sem nada para fazer, vejo no Cinecartaz que estão a ser exibidos episódios do "Dekalog" e curtas do Kieslowski. Não hesitei e fui até lá, comprei bilhete, entrei na sala e logo me deparo com o projector DVD no meio do corredor da sala. A frustração foi grande, mas fiquei por ali. E já me devo ter safado de semelhantes situações sem saber. Tinha cá o folheto do ciclo de que fala o André, os nomes de Martone e Sorrentino despertaram curiosidades, mas acabei por não ir (aliás, o ciclo decorre ainda, se não estou em erro). E mais ciclos similares andam por aí. Noutro patamar, e para me levar também à conversa dos formatos das imagens, lembro-me do ciclo Sonhos e Visões do Núcleo de Programação Cinematográfica da FCSH, com projecções em DVD. Os recursos são completamente outros e não tenho nenhum problema com a projecção em DVD. Porém, já tenho problemas com o facto de projectarem filmes como o "Persona" e o "A Matter of Life and Death" em 1.85: 1. Tão desiludida que estava a Rita Azevedo Gomes no fim do filme do Powell. Mas a grande questão dos formatos das imagens parece-me ser a total ignorância sobre esse facto. Estar a ver um pan & scan na televisão e comentar sobre o assunto, de forma irritada, leva na maior parte dos casos a um olhar vazio por parte de quem ouve, no máximo àqueles comentários género "mas também só tu é que ligas a essas merdas". O pior mesmo é que as pessoas não acham estranho ter dois personagens praticamente fora de campo e papam aquilo como se nada fosse (e dou apenas este simples exemplo). Da televisão já não há nada a esperar, mas se nem ciclos de cinema organizados por instituições com os mínimos recursos tentam manter hábitos de projecções correctas em película, não sei onde isto vai parar.

Monday, October 01, 2007

Heróis

Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket

Eram dois bichos do mato, não há dúvida. Guardo para mim uma atitude, a ideia de que um filme sem compromissos é um filme útil. Mesmo que seja à custa de uma solidão terrível. "Escondidos para viver felizes", como no slogan.

Esses dois escolheram trabalhar no sentido da História mas longe das leis, exigentes, implacáveis. Só há uma maneira de combater o espectáculo que mata, e o falso medo que nos fazem suportar. É mostrar o nosso verdadeiro medo, nos filmes, na poesia, na música. É a violência da forma. Eu estou convencido que andamos nesta terra de mortos, nós cineastas, para fazer o mal. O pior dos males possível. Devia ser esta a verdade histórica para qualquer cineasta contemporâneo. Sim, pode ser esta a minha herança...


Pedro Costa
Photo Sharing and Video Hosting at Photobucket