Tuesday, October 23, 2007

Who cares?

Julgam-se perfeitos e tecnicistas, não fazem mais do que «mau vídeo» e quando estão a filmar só conseguem pensar na história, só vêem aquilo à frente. Resultado: nada se passa. Eu não gosto de imagens bonitas. Gosto de imagens que tenham hipóteses de histórias lá dentro e que eu vou construir na montagem. Em "Winners and Losers", algumas imagens são feias, estão desfocadas, mal iluminadas, um pouco «funky», «who cares?».

Conceber um filme pago por uma empresa ou instituição e vendê-lo ao mundo torna esse filme diferente. A produção define logo se estás deste ou daquele lado da fronteira. Quero que nos meus filmes haja tensão e provocação, «to fuck the things a little bit». E isto é um dilema porque, ao mesmo tempo, quero poder comprar o meu pão e pagar a minha renda, preciso de dinheiro como toda a gente. Mas não preciso de muito. E se jamais precisasse de ir a um banco pedir dinheiro para filmar seria o tipo mais feliz do mundo, encontraria um «estado zen», o momento perfeito da minha existência.

Para mim o documentário é a essência do cinema. É boa ficção

Lech Kowalski, em entrevista a Francisco Ferreira, na brochura editada pela Apordoc.

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