Sunday, October 25, 2009
Wednesday, October 21, 2009
Ainda os temas
Sobre isto, vale a pena confirmar com tristeza aqui. No entanto, a caixa de comentários faz rir bastante.
Tuesday, October 20, 2009
"Os meus impostos!"
Porque é que uma câmara subsidia a cultura? Porque é a única coisa que subsidia a propaganda. Muitas vezes, as actividades de cultura são formas de propaganda moderna. Porque a cultura tem um factor de intangibilidade, ninguém critica as coisas culturais.
Pacheco Pereira, a propósito das últimas duas governações autárquicas do PS na Câmara Municipal do Porto, visto e ouvido aqui.
Primeiro, seria interessante concretizar, pois a generalização, o uso do "muitas vezes", engana; ou seja, que actividades culturais são forma de propaganda para Pacheco Pereira? Segundo, é conveniente especificar com que significado se utiliza o verbo "criticar": o uso corriqueiro e com conotação pejorativa ou o uso que me parece mais nobre que é o de produzir pensamento sobre determinado objecto cultural, neste caso. Se é a primeira hipótese, o atento Pacheco Pereira andará distraído e não ouve o título deste post gritado aos céus a cada objecto cultural que calha chegar aos ouvidos das pessoas; se é a segunda, andará distraído também ou porventura ignora com gosto o, neste-mundo-de-Mourinha-cada-vez-menos-é-verdade, pensamento produzido enquanto grita ele também pelos seus impostos. Ter-se falado em cultura num programa destes é aberração; quando se fala, é com esta ligeireza e desprezo. Bom, nada de novo. Como diz o outro, vão todos pó caralho.
Pacheco Pereira, a propósito das últimas duas governações autárquicas do PS na Câmara Municipal do Porto, visto e ouvido aqui.
Primeiro, seria interessante concretizar, pois a generalização, o uso do "muitas vezes", engana; ou seja, que actividades culturais são forma de propaganda para Pacheco Pereira? Segundo, é conveniente especificar com que significado se utiliza o verbo "criticar": o uso corriqueiro e com conotação pejorativa ou o uso que me parece mais nobre que é o de produzir pensamento sobre determinado objecto cultural, neste caso. Se é a primeira hipótese, o atento Pacheco Pereira andará distraído e não ouve o título deste post gritado aos céus a cada objecto cultural que calha chegar aos ouvidos das pessoas; se é a segunda, andará distraído também ou porventura ignora com gosto o, neste-mundo-de-Mourinha-cada-vez-menos-é-verdade, pensamento produzido enquanto grita ele também pelos seus impostos. Ter-se falado em cultura num programa destes é aberração; quando se fala, é com esta ligeireza e desprezo. Bom, nada de novo. Como diz o outro, vão todos pó caralho.
Os temas
Num recente filme de acção que visionámos, o argumento girava à volta de um sequestro de uma carruagem de metro com os respectivos passageiros ["The Taking of Pelham 1 2 3", Tony Scott, 2009].
(...)
Apesar dos "traumas" do Vietname e de outras guerras menos felizes, de a indústria cinematográfica de Hollywood não ser propriamente conservadora e as facções "liberais" estado-unidenses não serem conhecidas por fãs das Forças Armadas, isso não belisca a consideração que é devida aos militares.
(...)
Lembramo-nos do filme "Chaimite", que exaltava toda uma gesta de africanistas, e um outro filme creio que o Pai Tirano, em que numa curta cena se assiste a este diálogo: Fidalga, para um homem do povo, "Para trás...", - "para trás não, para a frente, que eu fui de Infantaria".
(...)
E que dizer da filmografia onde há a realçar o "Non ou a Vã Glória de Mandar", do laureado Manoel de Oliveira, em que retrata apenas derrotas militares portuguesas, e a "Guerra da Guiné", de Andringa e Flora, o maior (e melhor) documentário de propaganda do PAIGC e contra Portugal.
João Brandão Ferreira, Tenente-coronel piloto aviador
There’s the idea that I make films for gay festivals, when my films go to every kind of festival. It shows such a limited understanding about film, always wanting to put films in cages.
João Pedro Rodrigues
Queria começar por perguntar a João Brandão Ferreira: quais são as guerras mais felizes? Adiante: tenho a profunda convicção que as palavras do João Pedro Rodrigues servem de resposta às de João Brandão Ferreira. Para os mais desatentos, é favor trocar a palavra "gay" por "military" na citação de Rodrigues.
De resto, dedico este post: à grande maioria dos espectadores do Festival de Cinema Gay e Lésbico, muito fashion nas escadas do São Jorge; aos espectadores do DocLisboa que vão à procura do seu assunto, do seu tema; ao Festival Cine Eco; a alguns ciclos da Cinemateca ("cinema e ambiente", "filmes com nomes de mulher", "filmes de táxis", entre outros).
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Apesar dos "traumas" do Vietname e de outras guerras menos felizes, de a indústria cinematográfica de Hollywood não ser propriamente conservadora e as facções "liberais" estado-unidenses não serem conhecidas por fãs das Forças Armadas, isso não belisca a consideração que é devida aos militares.
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Lembramo-nos do filme "Chaimite", que exaltava toda uma gesta de africanistas, e um outro filme creio que o Pai Tirano, em que numa curta cena se assiste a este diálogo: Fidalga, para um homem do povo, "Para trás...", - "para trás não, para a frente, que eu fui de Infantaria".
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E que dizer da filmografia onde há a realçar o "Non ou a Vã Glória de Mandar", do laureado Manoel de Oliveira, em que retrata apenas derrotas militares portuguesas, e a "Guerra da Guiné", de Andringa e Flora, o maior (e melhor) documentário de propaganda do PAIGC e contra Portugal.
João Brandão Ferreira, Tenente-coronel piloto aviador
There’s the idea that I make films for gay festivals, when my films go to every kind of festival. It shows such a limited understanding about film, always wanting to put films in cages.
João Pedro Rodrigues
Queria começar por perguntar a João Brandão Ferreira: quais são as guerras mais felizes? Adiante: tenho a profunda convicção que as palavras do João Pedro Rodrigues servem de resposta às de João Brandão Ferreira. Para os mais desatentos, é favor trocar a palavra "gay" por "military" na citação de Rodrigues.
De resto, dedico este post: à grande maioria dos espectadores do Festival de Cinema Gay e Lésbico, muito fashion nas escadas do São Jorge; aos espectadores do DocLisboa que vão à procura do seu assunto, do seu tema; ao Festival Cine Eco; a alguns ciclos da Cinemateca ("cinema e ambiente", "filmes com nomes de mulher", "filmes de táxis", entre outros).
Friday, October 16, 2009
Estudar (numa universidade)
Por mais que isto pareça interessante, não deveria ser algo imediatamente descartado pelo facto de haver uma disciplina chamada Programação Televisiva leccionada por Emídio Rangel?
Continuo a gostar do senhor, mas é o sub-director para director; é o Rangel num mestrado coordenado por si; é o "Tapete Voador"...
Continuo a gostar do senhor, mas é o sub-director para director; é o Rangel num mestrado coordenado por si; é o "Tapete Voador"...
Aquilo que nos raros epígonos de Straub-Huillet é atitude exterior e severidade encenada, neles é essência. A prova disso é que o cinema que fizeram é extremamente variado, não bate na mesma tecla. Esta é a diferença entre o fluxo que vai de dentro para fora e o que tenta ir de fora para dentro, a diferença entre a grande arte e a hábil transposição dos seus atributos exteriores, a diferença entre aquilo que é e aquilo que finge ser.
António Rodrigues, na folha da Cinemateca de "L'Itinéraire de Jean Bricard" (Straub-Huillet, 2008)
António Rodrigues, na folha da Cinemateca de "L'Itinéraire de Jean Bricard" (Straub-Huillet, 2008)
Saturday, October 10, 2009
Wednesday, October 07, 2009
Matanças
Os filmes de Giuseppe Morandi que a Cinemateca passou um dia destes, em particular "Cavallo Ciao", puseram-me a pensar sobre as decisões na hora de filmar a matança de um animal. Acho que no filme referido ajuda o facto de Morandi não ser alguém do cinema. É alguém que pega numa câmara e regista os costumes e tradições da sua pequena terra, em Itália. Daí talvez a forma directa e brutal dos planos próximos nos breves minutos em que vemos um cavalo a ser esfaqueado no pescoço, a sangrar o que tem a sangrar, a cair morto. Interrogo-me agora sobre a indecisão que Olmi revelou na matança do porco em "L'albero Degli Zoccoli" (a alternância entre planos próximos e distantes). Continua a parecer-me uma atitude respeitosa de Olmi, também compreensível num filme de ficção. No entanto, parece-me agora que o gesto de Morandi é o mais justo.
Estranho, portanto, a forma escolhida por Morandi em "Il Colore Della Basse" para filmar o matadouro industrial, ainda mais depois de ter visto aqueles vinte e tal minutos do matadouro industrial em "Meat", de Wiseman (questão importante: pode bem ser que Morandi nunca tenha visto o filme). Mas não se espera que alguém que escolhe fazer daquela maneira "Cavallo Ciao" escolha depois o fácil acompanhamento musical e a fácil passagem do drama da acção para a tristeza do humano ao filmar o matadouro industrial.
Estranho, portanto, a forma escolhida por Morandi em "Il Colore Della Basse" para filmar o matadouro industrial, ainda mais depois de ter visto aqueles vinte e tal minutos do matadouro industrial em "Meat", de Wiseman (questão importante: pode bem ser que Morandi nunca tenha visto o filme). Mas não se espera que alguém que escolhe fazer daquela maneira "Cavallo Ciao" escolha depois o fácil acompanhamento musical e a fácil passagem do drama da acção para a tristeza do humano ao filmar o matadouro industrial.
Coisas erradas
A chuva como desculpa para o atraso; a noção de que quem não vota não se pode queixar.