Mudos na Cinemateca
Este poderia ser um post na continuação deste, de tanta variedade que há na Cinemateca. Hoje vou contar-vos da pressão que sinto ao ver um filme mudo na Cinemateca, pressão que aumenta se a sessão é na Luís de Pina. A última experiência foi o "True Heart Susie" do Griffith, Sábado passado. Começo talvez pelo silêncio total que, naturalmente, se instala na sala. A partir do primeiro minuto o silêncio está lá como que a pedir para ser quebrado. Tento mexer-me pouco na cadeira (guilty as charged), não estalar os dedos (guilty as charged), não emitir sons vindos do aparelho digestivo (guilty as charged). Nestes domínios, a minha presença foi bem conseguida.
Mas não sou o único na sala e ainda podem acontecer coisas como o silêncio ser quebrado pelo som vigoroso do "Them!" do Douglas Gordon da sala ao lado (Griffith ao som de Douglas Gordon, hein, Sr. Tarantino?); o silêncio ser quebrado por um senhor a proferir, em voz bem alta, "menos barulho na cabine de projecção, por favor" (de facto, durante meia dúzia de segundos houve um levezinho e nada incomodativo tic tic tic) ou o silêncio (neste caso também visual) ser quebrado, a cinco minutos do fim (quem já viu este Griffith sabe como a coisa vai adensando e um gajo começa a desligar de tudo), por uma pessoa (a mesma que não aguentou o barulho?) a sair da sala e a mandar calar quatro dos hardcore do sítio em questão, que discutiam precisamente o filme do Gordon.
O Lang que vinha às 22h, "Der Müde Tod", interessava-me bastante, mas não me apetecia passar pelo mesmo duas vezes.
Mas não sou o único na sala e ainda podem acontecer coisas como o silêncio ser quebrado pelo som vigoroso do "Them!" do Douglas Gordon da sala ao lado (Griffith ao som de Douglas Gordon, hein, Sr. Tarantino?); o silêncio ser quebrado por um senhor a proferir, em voz bem alta, "menos barulho na cabine de projecção, por favor" (de facto, durante meia dúzia de segundos houve um levezinho e nada incomodativo tic tic tic) ou o silêncio (neste caso também visual) ser quebrado, a cinco minutos do fim (quem já viu este Griffith sabe como a coisa vai adensando e um gajo começa a desligar de tudo), por uma pessoa (a mesma que não aguentou o barulho?) a sair da sala e a mandar calar quatro dos hardcore do sítio em questão, que discutiam precisamente o filme do Gordon.
O Lang que vinha às 22h, "Der Müde Tod", interessava-me bastante, mas não me apetecia passar pelo mesmo duas vezes.
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