Thursday, April 24, 2008

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Monday, April 21, 2008

Ter um blogue com o endereço de email estampado por azelhice informática

Receber newsletters e mails da esfera do cinema com o intuito de me fazer comprar, receber mails do grupo que é dono do quarto canal a perguntar-me sobre rss (como disse?), receber convites para ante-estreias (isso não é preciso concorrer?). É assim.

Mudos na Cinemateca

Este poderia ser um post na continuação deste, de tanta variedade que há na Cinemateca. Hoje vou contar-vos da pressão que sinto ao ver um filme mudo na Cinemateca, pressão que aumenta se a sessão é na Luís de Pina. A última experiência foi o "True Heart Susie" do Griffith, Sábado passado. Começo talvez pelo silêncio total que, naturalmente, se instala na sala. A partir do primeiro minuto o silêncio está lá como que a pedir para ser quebrado. Tento mexer-me pouco na cadeira (guilty as charged), não estalar os dedos (guilty as charged), não emitir sons vindos do aparelho digestivo (guilty as charged). Nestes domínios, a minha presença foi bem conseguida.

Mas não sou o único na sala e ainda podem acontecer coisas como o silêncio ser quebrado pelo som vigoroso do "Them!" do Douglas Gordon da sala ao lado (Griffith ao som de Douglas Gordon, hein, Sr. Tarantino?); o silêncio ser quebrado por um senhor a proferir, em voz bem alta, "menos barulho na cabine de projecção, por favor" (de facto, durante meia dúzia de segundos houve um levezinho e nada incomodativo tic tic tic) ou o silêncio (neste caso também visual) ser quebrado, a cinco minutos do fim (quem já viu este Griffith sabe como a coisa vai adensando e um gajo começa a desligar de tudo), por uma pessoa (a mesma que não aguentou o barulho?) a sair da sala e a mandar calar quatro dos hardcore do sítio em questão, que discutiam precisamente o filme do Gordon.

O Lang que vinha às 22h, "Der Müde Tod", interessava-me bastante, mas não me apetecia passar pelo mesmo duas vezes.

Emprego de sonho

-So, sir, would you have your bank details with you?
-Not here sitting on the toilet.

Isto até já aconteceu há algum tempo, mas lembrei-me agora e, digam-me lá, não é de partilhar?

Contradição?

O programa de "I'm Not There" é interessante. Ou melhor: o programa que eu lá vejo, que é filmar a impossibilidade de uma biografia. Biopic chamam-lhe na esfera do cinema. Porém, ao mesmo tempo que "I'm Not There", no seu todo, consegue atingir o objectivo do seu programa, "as suas seis partes", digamos individualizadas, são redutoras na abordagem às várias faces de Dylan. Muito mais que a montagem e a fluidez da coisa, tenho pensado nessa contradição. Ainda não tenho isto bem resolvido.

Friday, April 18, 2008

Amada

Kay Adams ainda tinha direito a um contracampo, depois de Michael Corleone fechar a porta. A única imagem a que Amada tem direito, depois de Bobby fechar a porta, é a de um fantasma.

Sunday, April 13, 2008

Chapada

Descobrir ao mesmo tempo que o realizador do "California Dreamin'" (estreia 5ª), Cristian Nemescu, morreu num desastre de viação, em 2006, então com 27 anos, e que o personagem principal desse filme romeno é interpretado por Armand Assante (!) é do caraças.

Saturday, April 12, 2008

Suspension of disbelief

Sou daqueles que considera críticas de cinema em torno de guarda-roupas, fotografia, etc., puro lixo. Mas vamos lá ver uma coisa (como diría Rui Santos): a Alexandra Maria Lara não se envelhece em meia hora (aí o tempo que a equipa de Coppola levou a maquilhá-la). Os melhores planos de "Youth Without Youth" são aqueles em que Alexandra Maria Lara entra.

Autores ou não autores

Francis Ford Coppola não deixa de ser um dos maiores por causa de "Youth Without Youth" - o pior filme dele que vi. O que me apetece realçar da desilusão que é o filme é o desastre total no objectivo de se encenar a si próprio dentro do filme. Sempre que o filme é mais explícitamente sobre o próprio Coppola, é-o de forma auto-complacente. Nada contra a auto-complacência, mas que se seja auto-complacente de cabeça levantada e não a chorar baba e ranho e dizer "mãe, olha eles...". Sinceramente, não foi difícil de me lembrar de outro come back dos anos 70, outro filme de auto-encenação por parte do seu realizador, "Rocky Balboa". Coppola é pastoso, Stallone é seco; Coppola chora baba e ranho, Stallone quis que os outros se fodessem, mostrou as suas feridas, lambeu-as em frente de todos e nunca baixou a cabeça. Coppola é tão indiscutivelmente melhor cineasta que Stallone, quanto "Rocky Balboa" é tão indiscutivelmente melhor filme que "Youth Without Youth". Apliquem o rótulo de autor ao primeiro; em relação aos últimos filmes destes dois, eu fico com Stallone.

Saturday, April 05, 2008

Aqui eram as Fontaínhas

Revejo o "Tout Refleurit" e fascina-me a sequência de que me lembrava melhor. É aquela em que Pedro Costa revisita as Fontaínhas, isto é, volta ao local onde as Fontaínhas já não existem. Instala-se aí uma melancolia que não vem só das palavras ditas. Vem também de elas serem ditas de noite, vemos uma silhueta quase, isto é, vemos mal o homem e se calhar as pessoas que estariam nas imediações daquelas filmagens não o viam sequer (é a sina do homem em Portugal, ninguém o vê). E vem ainda do extraordinário som dos pés de Costa a pisar o entulho. Pensar nas bandas sonoras de "Ossos" ou "No Quarto da Vanda" ao mesmo tempo que se ouve este entulho pisado custa. Daí que apareça como consequência lógica da revisitação das Fontaínhas, a revisitação do seu método de filmar e que podem ver aqui.