Wednesday, February 11, 2009

Abuso de poder

Eu acho, muito sinceramente, que está tudo trocado. Um escreve a palavra merda e cai-lhe tudo em cima; parece que só leram essa palavra em todo o texto porque ideias novas, nenhuma, nada, zero. E a coisa faz escorrer tinta (não faz, inventaram os computadores) e lá acaba muitas verdades e muitas asneiras depois. De entre várias coisas retenho a expressão "abuso de poder", aplicada ao Luís Miguel Oliveira.

Se aquilo foi abuso de poder, o que será o texto do Jorge Mourinha sobre o novo Oliveira?

Um filme "fora de tempo". Porquê, Jorge?

Um filme com "linguagem que parece [parece mesmo, Jorge? não... parece?] saída de um romance do século XIX"? E depois num parêntesis a revelação de que... é mesmo! O Oliveira não modificou a escrita do Eça! Afinal, é por isso que eles falam assim, "o que apenas reforça a estranheza".

"São esses anacronismos, que não são necessariamente saudosistas nem serôdios mas reflectem antes uma educação cívica e cinematográfica verdadeiramente de outro tempo (...)" Qual é a educação cívica e cinematográfica deste tempo, Jorge? O mal é de quem ainda trabalha com uma convicção forte, essa do cinema ser uma coisa clara, precisa, em que o som (as palavras, Jorge, também são sons) é mais imagem?

"Mas quem esperar de "Singularidades de uma Rapariga Loura" um grande filme terá que se contentar com um pequeno divertimento (em todos os sentidos da palavra - dura uma hora, acaba antes de começar) (...)" Acaba antes de começar? Eu vi o filme começar e acabar 64 minutos depois. Ou... espera lá... o cinema agora também é melhor ou pior devido à sua duração? Então, todas as curtas-metragens deste mundo acabam antes de começar? Logo, todas as curtas-metragens deste mundo são pequenas, assim coisa para não ligar muito? Hein, Jorge?

Assim como o Chabrol, '"mais do mesmo"', Jorge? O que é o "mesmo", Jorge?

Foda-se, um gajo farta-se. Milhões de pessoas que veneram o filme do Danny Boyle, vem um pensar sobre o filme de forma negativa, toca a acabar com a raça dele. O Oliveira está na moda, faz cem anos, mas aqui entre nós que ninguém nos ouve, os filmes do homem são uma seca, eu até já vi bocadinhos, coisa para críticos, mas que o homem com cem anos a fazer coisas é de louvar, hein? Vem um assassinar o novo filme dele com o pior de muitos textos péssimos que já escreveu no Público e vai passar incólume. Concordarão comigo, mas deixam passar, não vale a pena falar dele, descer baixo.

Os fãs do Boyle não deixam acender uma faísca e nós deixamos que o fogo continue a alastrar (ateado já ele foi há muito tempo). Da minha parte não posso deixar passar isto. Acho que o Jorge Mourinha se deve demitir. Acho que o Vasco Câmara se deve demitir se o Jorge Mourinha não se demitir. Demitam-se todos, foda-se.

1 Comments:

Blogger José Oliveira said...

o que é o "mesmo", Jorge?

12:57 AM  

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