Sunday, January 04, 2009

Mais um top do ípsilon

O seguinte texto foi escrito a 26 de Dezembro de 2008, mas, infelizmente, devido ao meu precário acesso à internet, só o pude publicar hoje. O texto perde alguma da actualidade por, entretanto, já conhecermos uma lista de onze filmes que o Luís Miguel Oliveira, felizmente, postou. Mas como o texto é sobre o ípsilon, decidi, ainda que tarde e a más horas, postá-lo.

Este post do Luís Miguel Oliveira deu-me a entender que, este ano finalmente, as listas dos dez melhores filmes de 2008 no jornal Público viriam separadas – cada crítico de cinema com a sua lista. Não aconteceu: mais uma vez, houve apenas uma lista a que se chegou de alguma maneira que o leitor nunca saberá ao certo. A verdade é que a lista, mais uma vez, causa estranheza, ainda que me vá habituando. O que é certo é que o leitor atento, fazendo um exercício de “quem gostou do quê?”, chegará, sem grandes dificuldades suponho eu, a uma resposta próxima daquilo que acontecerá pelo reino de senhor Vasco Câmara (e é triste ver como o crítico de cinema Vasco Câmara está cada vez mais longe do editor do ípsilon Vasco Câmara). Talvez seja a quantidade de trabalho efectuado durante o ano (mesmo que seja um trabalho vazio) que ganhe pontos na lista final. Deixando de fora deste texto o Mário Jorge Torres, que esteve ausente de muitas semanas de estreias, não permitindo saber o que viu e o que pensou sobre o que viu, apetece-me pegar num pequeno pormenor que, porventura, extrapolarei. Atente-se a forma como os textos que acompanham o ranking compõem um outro ranking que tentei mencionar acima: o crítico de cinema que mais longe está da linha editorial do ípsilon, Luís Miguel Oliveira, fica com as últimas posições para, mais uma vez, escrever o que de mais interessante aparece em mais um número do ípsilon (e para prevenir julgamentos errados, eu nem partilho do fervor com que Oliveira comenta metade desses quatro textos , nomeadamente os filmes de Wes Anderson e Miguel Gomes). Talvez o post referido fosse a própria maneira do Luís Miguel Oliveira mostrar a sua lista, mas a verdade é que a sua “exposição pública” é no ípsilon. Quando vier mais um “Babel” ou mais um “The Dark Knight”, continua a estar errado falar em “a crítica de cinema”. Mas com o ípsilon a resistir ao bom senso de evidenciar, ele próprio, a pluralidade de opiniões [não só esta lista, mas o reinado de Jorge Mourinha nos textos (ia escrever pensamentos…) semanais], talvez, nessa altura, se provoque dizendo “a crítica de cinema do Público”. Há pouco tempo, em conversa cibernética, comentava-se a impossiblidade de isto acontecer em blogos de cinema portugueses. Vai-se a ver, talvez não estejamos assim tão longe.

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