Saturday, July 19, 2008

O vento

É certo que, aqui e ali, vamos tendo provas de que o cinema ainda nos pode dar algo novo ou algo de muito bem trabalhado dentro de formas por demais conhecidas. Mas é tentador desvalorizar isso depois de ver "The Wind", do Sjöström. Porque a pureza do mudo ainda é mais rara do que os extraordinários filmes que ainda se vão fazendo. Aqui e ali, como disse.

É um filme sensacional; de sensação, ou melhor, de sensações. Há uma relação perfeita entre os personagens e paisagem, sendo o cume disto a personagem de Lillian Gish. Ou seja, sente-se tanto o vento como as emoções de Gish. Espantoso também é a forma como a narrativa gere todas estas sensações, físicas e psicológicas, percebendo que a algo épico, devastador, inóspito, se contrapõe o apaziguamento, neste caso, o amor. Nesse sentido, os últimos dois planos do filme, o penúltimo de forma mais explícita, o último nem tanto, são os mais eróticos que já me foram dados a ver.

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