É triste
Os pequenos textos de Vasco Câmara e Luís Miguel Oliveira sobre "Promessas Perigosas" deixam no ar uma hipótese de discussão que, neste momento em que ambos os textos estão escritos e publicados, já se esfumou. Frustrante porque é um dos sinais mais evidentes que não há possibilidade de discussão de cinema na esfera pública. O formato blogue, eventual brecha que poderia ajudar a resolver isto, falha porque a maioria dos bloggers se esconde nos seus blogues (e também porque, no geral, não há grande interesse). Estamos praticamente reduzidos a zero.
8 Comments:
Nem penses em discutir o que quer que seja. Corres o risco de vir alguém acusar-te de não respeitares "os gostos" das outras pessoas. "Os Gostos", essa entidade tão sagrada que nunca se deve colocar em causa.
sim, falta qualquer coisa...muita coisa, e isso dos gostos realmente têm muito que se lhe diga...enfim.
já agora não li o texto do l.m.o, se alguem tiver qualquer coisa...
abraço
Muito obrigado Daniel por me enviares o texto do L.M.O sobre o filme do Cronenberg...uma honra teres-te dado ao trabalho,
Abraço
Já dizia o outro, José: temos que nos orientar.
Tenho umas coisas a dizer sobre isso. E poderia escrever alguma coisa no meu tasco. Duas perguntas faço, no entanto: alguém os leria? E se alguém os lesse, acusavam o toque? É que neste assunto toda a gente concorda, mas ninguém faz nada...
Eu estava a ser mais ambicioso ainda, Miguel. Isto é, programar uma sessão com debate final. Coisa que praticamente não existe. Ou então existe: convidar uma encenadora para falar do "Manderlay", uma sexóloga para falar do "9 Songs"...
Já nem espero um diálogo ao jeito dos que costumam vir na Docs.PT, publicado no ípsilon. Bom, realmente, entre as duas coisas, não devo é esperar nenhuma.
Se esses orgãos não fazem, deveríamos fazer nós. E, em larga medida, acho que não fazemos porque é mais confortável criticar e falar do fim do cinema, parecendo ser um dos últimos, como se isso fosse um "last hurrah", do que mexer o cu para fazer alguma coisa quanto a isso. Quando o Skorecki diz que hoje os cinéfilos são piores, se calhar tem razão... e eu sou um deles, hélas!
Miguel, somos maus, pois somos (também me incluo), mas já tentámos ser menos maus uma vez e a coisa durou duas reuniões ou coisa parecida. E custa-me ler o teu blogue, o do Hugo, da Mafalda, do Francisco Valente, etc., e sentir que se poderia ter feito alguma coisa. Posto isto, quem dá outro passo? Estou muito fraquinho das pernas.
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