Bourne, 1 e 2
O Filipe Furtado ter dito que o "Bourne Ultimatum" era uma lição de montagem foi a gota de água para eu ver os primeiros dois tomos, pois já andava com vontade há algum tempo. Gosto muito de filmes de acção, mas é raro apanhar algum de jeito por estes dias. Estes Bourne pareciam-me prometedores, tendo em conta a pobreza reinante. Mas não.
"The Bourne Identity" parece-me melhor que o segundo por uma questão de introdução, isto é, o filme, por uma questão de estrutura narrativa, pega de imediato no personagem Bourne (Matt Damon bem à vontade) e coloca-o logo à deriva na sua procura de identidade. É fácil entrar nessa deriva e o filme ganha algum interesse. Porém, a lentidão do filme, que a certa altura não sai do mesmo sítio, traz-me logo à mente Hitchcock, o que ele faria com isto. Também chateia o Doug Liman ser cheio de truques e movimentos de câmara inócuos e quando chego ao fim do filme, passando por demasiadas personagens desinteressantes e por sequências de acção que, não sendo Michael Bay, não nos deixam ver muito, dou-me por feliz de o filme ser razoávelzinho.
The Bourne Supremacy traz um novo realizador, Paul Greengrass, e acreditar que ele possa dar uma lição de montagem no terceiro filme custa a acreditar. Não me entra na cabeça ter que utilizar três planos em jeito de falso raccord de Bourne a entrar num carro, só para mostrar que ele está com medo, nervoso, que há perigo. Entre as sequências de acção deste e do Liman, não sei quais terão mais planos, mas têm ambas planos a mais. Em vez de verem o Eisenstein e não saberem fazer igual, deveriam ver era musicais e tentar umas coreografias (sem ralenti, de preferência). O argumento deste também não traz nada de novo, isto é, quem sou eu? continua a questão recorrente, mas, como no primeiro filme, falha-se na densidade dramática que tal sentimento mereceria, muitas personagens, traições, etc. E, para acabar, são mesmo muito feios os flashbacks de Greengrass.
"The Bourne Identity" parece-me melhor que o segundo por uma questão de introdução, isto é, o filme, por uma questão de estrutura narrativa, pega de imediato no personagem Bourne (Matt Damon bem à vontade) e coloca-o logo à deriva na sua procura de identidade. É fácil entrar nessa deriva e o filme ganha algum interesse. Porém, a lentidão do filme, que a certa altura não sai do mesmo sítio, traz-me logo à mente Hitchcock, o que ele faria com isto. Também chateia o Doug Liman ser cheio de truques e movimentos de câmara inócuos e quando chego ao fim do filme, passando por demasiadas personagens desinteressantes e por sequências de acção que, não sendo Michael Bay, não nos deixam ver muito, dou-me por feliz de o filme ser razoávelzinho.
The Bourne Supremacy traz um novo realizador, Paul Greengrass, e acreditar que ele possa dar uma lição de montagem no terceiro filme custa a acreditar. Não me entra na cabeça ter que utilizar três planos em jeito de falso raccord de Bourne a entrar num carro, só para mostrar que ele está com medo, nervoso, que há perigo. Entre as sequências de acção deste e do Liman, não sei quais terão mais planos, mas têm ambas planos a mais. Em vez de verem o Eisenstein e não saberem fazer igual, deveriam ver era musicais e tentar umas coreografias (sem ralenti, de preferência). O argumento deste também não traz nada de novo, isto é, quem sou eu? continua a questão recorrente, mas, como no primeiro filme, falha-se na densidade dramática que tal sentimento mereceria, muitas personagens, traições, etc. E, para acabar, são mesmo muito feios os flashbacks de Greengrass.
4 Comments:
Saudações. Vi estes há mais de 2anos mas também me custa acreditar que o Ultimato seja a maravilha que alguns pintam. Os Bournes nem chegam àquela agradável mediania de muito filme de pura porrada, quanto mais sobreviver à (inevitável, para alguns) comparação com Hitchcock. É que, nem por sombras, com M. Mann ou Carpenter.
andré
Ainda assim, prefiro o 1º ao 2º... aquela (justamente) montagem faz-me confusão.
Ei, eu não gosto nada nem do um nem do dois, a recomendação foi exclusiva para a parte 3.
Filipe: eu percebi. Mas custa a crer, sendo estes dois tão fraquinhos. Daqui a umas semanas logo vejo.
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