Cormac McCarthy
Estreio-me a ler Cormac McCarthy com o seu último romance, The Road. Fico conquistado pelo seu génio literário, o tom seco sem ponta de gordura, o despojamento de qualquer excesso, tudo é cinzento, tudo são cinzas. O que aconteceu ao mundo não sabemos, mas parece ter ardido, o apocalipse aconteceu, pai e filho limitam-se a sobreviver. Os diálogos entre os dois são tão curtos e directos quanto possuidores de enorme sentimento por tudo o que não é preciso ser dito e é apreendido pelo leitor (não consigo parar de pensar em cinema, neste aspecto). A narrativa quase não existe, há uma linha muito ténue, permitindo a dois personagens existir durante 300 páginas. Terei que comprar o No Country For Old Men muito em breve e espero pelo filme dos Coen com outra disposição. Isto é muito a quente, mas The Road talvez seja o melhor romance que já li, se não contar com essa coisa inacreditável que se chama Wuthering Heights.
2 Comments:
Ainda estou a lê-lo. Também é o meu primeiro McCarthy e estou a gostar particularmente da sua escrita.
Ao pensar em "The Road" vem-me à cabeça o meu Eastwood favorito, "A Perfect World", talvez pela relação pai-filho que ambos abordam.
Cumprimentos.
"A Perfect World" é, também, o meu Eastwood de eleição, mas não tinha pensado nisso, apesar da relação pai-filho. Não sei, acho que o Eastwood até tem filmes mais secos que "A Perfect World", e o McCarthy é mesmo seco, seco, seco. A relação pai-filho é muito diferente num e noutro, para concluir.
E amanhã começo o "No Country For Old Men".
Post a Comment
<< Home