Tuesday, July 31, 2007
Monday, July 30, 2007
Sunday, July 29, 2007
Oportunidades perdidas
Sobre o debate em torno do "Manderlay", logo no King, em que participarão o crítico de cinema Rui Pedro Tendinha e a dramaturga Vera San Payo de Lemos, parece-me que é mais uma oportunidade perdida para se fazer um verdadeiro debate cinematográfico. É claro que posso estar redondamente enganado e sair dali um debate muito interessante. E quem for lá assistir que deixe aqui um comentário, eu fico a ver o Benfica.
Baseio-me no convite à dramaturga: Lars Von Trier constrói um décor que facilmente se chama teatral e toca a convidar uma pessoa do teatro. Não é que o dinamarquês não possa ter sido influenciado por uma ou outra vertente do teatro, mas com certeza essa questão terá sido arrumada aquando de "Dogville", em vários sítios do mundo. Seria como convidar o Pacheco Pereira ou o Nuno Rogeiro e falar-se exclusivamente de política (como me lembro dessa conversa penosa entre o João Lopes e o Rogeiro na Sic Notícias aquando da estreia do "Munich", um a falar de cinema e o outro a falar de história).
Tão raros que são os debates em torno de estreias comerciais e quando os há parece que o cinema fica sempre um pouco de parte.
Baseio-me no convite à dramaturga: Lars Von Trier constrói um décor que facilmente se chama teatral e toca a convidar uma pessoa do teatro. Não é que o dinamarquês não possa ter sido influenciado por uma ou outra vertente do teatro, mas com certeza essa questão terá sido arrumada aquando de "Dogville", em vários sítios do mundo. Seria como convidar o Pacheco Pereira ou o Nuno Rogeiro e falar-se exclusivamente de política (como me lembro dessa conversa penosa entre o João Lopes e o Rogeiro na Sic Notícias aquando da estreia do "Munich", um a falar de cinema e o outro a falar de história).
Tão raros que são os debates em torno de estreias comerciais e quando os há parece que o cinema fica sempre um pouco de parte.
Monday, July 23, 2007
Wednesday, July 18, 2007
Monday, July 16, 2007
Ficção do real
“There are no real boundaries between what is real [on screen] and what is not. It is a mix of things and I wouldn’t say it is me on screen, but it is kind of me anyway. It is difficult, because it is set in Falkenberg and we’re all from Falkenberg -- well, most of us -- and so we feel immediately at home and our names in the film are the same as in real life. For me, it sometimes feels like a bit of a dilemma, because I don’t know who people will think that I am as a real person. It’s really a mix between fact and fiction”.
John Svensson, actor.
“I wouldn’t say it was a fixed idea to shoot everything [um total de cem horas] we thought was interesting and then edit it, but it turned out that way. And since I edited most of it, it was a lot of freedom to have all that material to work with. And as Jörgen said, we tried some things that were not good at all. But they had to be there to -- I don’t know -- to see the difference. I don’t think that the point of a movie is to shoot exactly what you want and then put it in the movie. I don’t think it works like that. Not for me, at least”.
Jesper Ganslandt, realizador.
Entrevista sobre "Färval Falkenberg" lida aqui.
John Svensson, actor.
“I wouldn’t say it was a fixed idea to shoot everything [um total de cem horas] we thought was interesting and then edit it, but it turned out that way. And since I edited most of it, it was a lot of freedom to have all that material to work with. And as Jörgen said, we tried some things that were not good at all. But they had to be there to -- I don’t know -- to see the difference. I don’t think that the point of a movie is to shoot exactly what you want and then put it in the movie. I don’t think it works like that. Not for me, at least”.
Jesper Ganslandt, realizador.
Entrevista sobre "Färval Falkenberg" lida aqui.
Friday, July 13, 2007
"(...) e a promessa de tudo o que finalmente vai acontecer depois do Verão, depois da infância."
Palavras tão acertadas em véspera de um fim de semana no magnífico Baleal. É um pequeno Verão para quem não tem férias, mas já não há infância. Depois do "Verão" há mais uma semana de anestesiante trabalho - e isso faz-me sentir tão velho já, outonal. Sextas há em que me apaixono pela Alexandra Lucas Coelho.
Palavras tão acertadas em véspera de um fim de semana no magnífico Baleal. É um pequeno Verão para quem não tem férias, mas já não há infância. Depois do "Verão" há mais uma semana de anestesiante trabalho - e isso faz-me sentir tão velho já, outonal. Sextas há em que me apaixono pela Alexandra Lucas Coelho.
Da maior importância
O mundo do cinema interroga-se: as 4 estrelas do Vasco Câmara ao "Harry Potter" são um erro de impressão ou...não?
Thursday, July 12, 2007
Azares
Em tempo de poucas idas ao cinema, escolho um filme para ver consoante local e hora que dêem jeito. Sai "A Rapariga Morta", sobre o qual não sei muito, mas até pode ser que não seja mau, afinal a gaja realizou um episódio do "Six Feet Under".
Mas não, um gajo já não tem grande tempo para ir e quando vai sai-lhe na rifa uma seca brutal, quatro segmentos interligados, um cinema pós-Iñarritu que me apanhou como um punhal pelas costas. Uma narrativa supostamente esperta, mas banalíssima como Iñarritu, não sendo demagógica como este, é, no entanto, vazia, vazia. Quando há cinema pós-Iñarritu estamos muito mal.
Mas não, um gajo já não tem grande tempo para ir e quando vai sai-lhe na rifa uma seca brutal, quatro segmentos interligados, um cinema pós-Iñarritu que me apanhou como um punhal pelas costas. Uma narrativa supostamente esperta, mas banalíssima como Iñarritu, não sendo demagógica como este, é, no entanto, vazia, vazia. Quando há cinema pós-Iñarritu estamos muito mal.
Tuesday, July 10, 2007
Sunday, July 08, 2007
Medo!
"A grande escadaria que nos leva para debaixo da Praça, para o centro comercial [do Campo Pequeno], banal e desinteressante como todos os que visitámos, é a melhor metáfora deste percurso [Rossio-Campo Grande]: forçar tudo e todos para o subsolo. Túneis para automóveis que afinal são barreiras para as pessoas, centros comerciais enterrados, que afinal não são alternativa alguma à rua, porque não conseguem competir com as suas qualidades, e, principalmente, uma capital que não consegue lidar com a superfície e que perde dia a dia a possibilidade de se posicionar como cidade, centro de uma vasta área metropolitana."
Ricardo Carvalho no ípsilon desta semana.
Carregado meu.
Ricardo Carvalho no ípsilon desta semana.
Carregado meu.
Saturday, July 07, 2007
Super Bock Super Rock '07 e o cinema
Sempre que ouço "Province" dos Tv On The Radio, lembro-me do cinema de Michael Mann. Ou, talvez, das suas bandas sonoras. O certo é que até hoje associo a música ao Mann e quando a banda a tocou na 5ª passada, lá estava eu também a pensar no "Miami Vice" e no "Heat". Talvez seja do desespero, talvez da impossibilidade de agir contra a mudança bruta ou talvez dessa linha excelente que é "love is a province of the brave".
Super Bock Super Rock '07 - Top 5
1- The Arcade Fire
2- Interpol
3- Lcd Soundsystem
4- Tv On The Radio
5- X-Wife
2- Interpol
3- Lcd Soundsystem
4- Tv On The Radio
5- X-Wife
Friday, July 06, 2007
Leituras
Aceito isto meio surpreso de ser convidado e apenas porque o "inconsolável cinéfilo" me fez sorrir, Mafalda - e, desde já, obrigado.
Ando a ler o Moby Dick desde Janeiro, na mesa de cabeceira mora o Book of Sketches do Kerouac, na Fnac li dois terços d'O Livro das Imagens do professor e ando mesmo é a ler The Plot Against America do Roth. Antes disso li o Generation X do Coupland, que é o maior para malta feliz da vida como eu, e ainda antes As Pequenas Memórias do Saramago que já estava novo há demasiado tempo. Pelo meio disto foi o catálogo do Jarmush bem como um inesperado livro que me chegou às mãos como presente de um amigo vindo de uma ida a Dublin, um belo título - Sweet and Tender Hooligan -, e que, inesperadamente, tem dentro daquelas coisas que não se espera encontrar nas coisas inesperadas e que, devidamente, citei aqui.
São mais que cinco, são os que tenho na cabeça. Responsavelmente, não desafio ninguém.
Ando a ler o Moby Dick desde Janeiro, na mesa de cabeceira mora o Book of Sketches do Kerouac, na Fnac li dois terços d'O Livro das Imagens do professor e ando mesmo é a ler The Plot Against America do Roth. Antes disso li o Generation X do Coupland, que é o maior para malta feliz da vida como eu, e ainda antes As Pequenas Memórias do Saramago que já estava novo há demasiado tempo. Pelo meio disto foi o catálogo do Jarmush bem como um inesperado livro que me chegou às mãos como presente de um amigo vindo de uma ida a Dublin, um belo título - Sweet and Tender Hooligan -, e que, inesperadamente, tem dentro daquelas coisas que não se espera encontrar nas coisas inesperadas e que, devidamente, citei aqui.
São mais que cinco, são os que tenho na cabeça. Responsavelmente, não desafio ninguém.
Sunday, July 01, 2007
Cansado disto
Se as próximas estreias anunciadas no site da Medeia Filmes não se alterarem em 11 dias (acontecimento sempre digno de Hitchcock), vamos poder assistir a mais um momento de classe: os novos Manoel de Oliveira e Hou Hsiao-Hsien enfiados no belo mês de Julho e emparelhados com o "Transformers" e o "Harry Potter", respectivamente.
Programados, com certeza, para dar alternativa ao lixo, vão ser vistos pelos mesmos de sempre, completa e totalmente apagados no cartaz nacional.
Programados, com certeza, para dar alternativa ao lixo, vão ser vistos pelos mesmos de sempre, completa e totalmente apagados no cartaz nacional.
Docs Pt.
É uma pena que a revista Docs Pt. só saia umas duas vezes por ano. Sempre muito interessante no desenvolvimento dos seus temas de capa, dedicando-lhe muitas páginas de estudo, incluindo mesas redondas, entrevistas, ensaios e peças informativas muito adequadas, consegue ainda reunir gente interessada no documentário para pequenos textos críticos a documentários portugueses recentes. A isto juntam-se ensaios sobre aspectos diversos do mundo do documentário (este número 5, por exemplo, tem Joaquim Pinto a falar sobre o seu trabalho de som ou um ensaio sobre a trilogia "House" de Amos Gitai, só para dar conta da variedade) bem como diálogos entre duas pessoas sobre um determinado tema.
Nem sempre bem conseguida, esta última secção é muito forte neste número 5, na minha opinião porque se aposta numa "oposição" - Leonor Areal e Diana Andringa, com esta a levantar alguns problemas do filme "Fora da Lei", realizado pela primeira. Não há confrontação nesta oposição; o que há é uma espectadora a mostrar uma visão à criadora, ela própria com algumas dúvidas sobre o filme. Entre um aspecto e outro, discute-se o cinema e só o cinema, não precisando uma oposição de ter motivos mesquinhos ou de superiorização.
Muito bom.
Nem sempre bem conseguida, esta última secção é muito forte neste número 5, na minha opinião porque se aposta numa "oposição" - Leonor Areal e Diana Andringa, com esta a levantar alguns problemas do filme "Fora da Lei", realizado pela primeira. Não há confrontação nesta oposição; o que há é uma espectadora a mostrar uma visão à criadora, ela própria com algumas dúvidas sobre o filme. Entre um aspecto e outro, discute-se o cinema e só o cinema, não precisando uma oposição de ter motivos mesquinhos ou de superiorização.
Muito bom.