Thursday, April 12, 2007

Em tempos de Jorge Silva Melo...

...vale a pena regressar a "Agosto" (1987). Não é um filme muito directo, isto é, sabe esconder muito bem o seu jogo, acabando, porém, por se revelar relativamente simples. Mas é isso que me prende, o saber esconder o jogo, o fechar os rostos às personagens, ocultar os seus motivos, deixá-las pairar sob o calor de Agosto.

E para isso funcionar joga-se um às de trunfo: a fotografia de Acácio de Almeida. Apetece-me dizer, algo arriscadamente, que o filme deve ter sido mesmo filmado no mês de Agosto. Nos exteriores, um aproveitar da luz do sol ao máximo, nos interiores, um jogo de feixes de luz, em qualquer dos casos aproveitando a característica quase-sépia da película. Como se sentíssemos na pele o calor que se abate sobre os corpos (reforçando, claro, o psciológico), fazendo-os arrastar filme fora. Pedro Costa foi assistente de realização.

2 Comments:

Blogger Ricardo said...

Nao gostei nada de “Agosto” quando o vi ha uns meses. Achei-o um filme morto, estagnado na inexpressividade do actor principal (meu deus, aquelas dobragens!) e pretensioso de bradar aos ceus. Os unicos pontos positivos: esplendorosa fotografia de Acacio de Almeida e Manuela de Freitas, claro.

1:01 PM  
Blogger Daniel Pereira said...

Grande Ricardo!

Ok, concordo contigo nas dobragens, estão muito manhosas. Já em relação ao actor principal não concordo: ao que chamas inexpressividade, eu chamo apagamento e é muito corente em relação ao filme. Não é uma obra-prima, longe disso, mas achei-o bastante bom.

Aparece sempre.

1:31 PM  

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