Em cartaz
Der Leben der Anderen (Florian Henckel von Donnersmarck, 2006): É muito simples e extremamente eficaz a forma como se trabalha este filme: tendo em mão material político, neste caso a polícia política da ex-RDA, dá-se evidência ao lado humano, construindo personagens sólidas, nunca caindo em maniqueísmos de qualquer espécie, antes reforçando uma ideia-chave - a ambiguidade dos sentimentos humanos.
Die Grosse Stille (Philip Gröning, 2005): A certa altura no filme, um monge cego diz qualquer coisa como: "Passado e presente é humano. Para Deus há apenas presente." Pode estar aqui a pequena divindade deste filme: ir filmar o mosteiro da Grande Cartuxa e os seus monges como forma de construir um tempo, que devido à abordagem de simples registo, não é - nem pode ser - outra coisa senão presente. Fascina-me essa ideia que, pessoalmente, transporto para a minha própria religiosidade do presente, dentro da sala de cinema.
The Last King of Scotland (Kevin Macdonald, 2006): Tem-se dito que este filme olha para Idi Amin do ponto de vista do jovem médico. Percebo, mas não concordo muito. Isto porque, desde o princípio, o filme instala a sua própria visão sobre ele, a meu ver simplista, não querendo nunca sair do pré-juízo que se tem sobre um ditador sanguinário. Neste sentido, mais penoso ainda que aqueles zooms de bolso ou o mau gosto como se filma a violência (a sequência com o médico negro, personagem surpreendentemente comovente, é o expoente deste mau gosto), é o esforço do magnífico Forrest Whitaker e de James McAvoy a tentarem, infrutiferamente, remarem contra a ideia redutora do filme.
Die Grosse Stille (Philip Gröning, 2005): A certa altura no filme, um monge cego diz qualquer coisa como: "Passado e presente é humano. Para Deus há apenas presente." Pode estar aqui a pequena divindade deste filme: ir filmar o mosteiro da Grande Cartuxa e os seus monges como forma de construir um tempo, que devido à abordagem de simples registo, não é - nem pode ser - outra coisa senão presente. Fascina-me essa ideia que, pessoalmente, transporto para a minha própria religiosidade do presente, dentro da sala de cinema.
The Last King of Scotland (Kevin Macdonald, 2006): Tem-se dito que este filme olha para Idi Amin do ponto de vista do jovem médico. Percebo, mas não concordo muito. Isto porque, desde o princípio, o filme instala a sua própria visão sobre ele, a meu ver simplista, não querendo nunca sair do pré-juízo que se tem sobre um ditador sanguinário. Neste sentido, mais penoso ainda que aqueles zooms de bolso ou o mau gosto como se filma a violência (a sequência com o médico negro, personagem surpreendentemente comovente, é o expoente deste mau gosto), é o esforço do magnífico Forrest Whitaker e de James McAvoy a tentarem, infrutiferamente, remarem contra a ideia redutora do filme.
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