Joe Dante, Ridley Scott, James Cameron; Piranhas e Aliens
Cameron parece ter o dom das sequelas e nem as piranhas de Dante nem os aliens de Scott (banal, banalíssimo) têm hipótese com os de Cameron (nem o Cameron do exterminador um tem hipótese com o Cameron do exterminador dois). O sentido de espaço do "Aliens", aquelas panorâmicas como que a dizer "este é o espaço da acção, espectadores", devia ser dado nas aulas onde o JJ Abrams estuda (não vi nenhum filme dele, mas daqui a pouco vou ver o "Star Trek" e não deve ser uma questão de horas impeditiva de implicar com ele). Tenho muita simpatia com as piranhas do Dante, principalmente com a parte artesanal e com aquele humor, ora quase nonsense, ora corrosivo. Já tenho algumas dúvidas quanto a uma sequência ou outra, entre as quais aquela em que o puto vê o pai a morrer com uma normalidade assustadora. E já lá está o efeito sonoro das piranhas, uma delícia que Cameron vai explorar. Uma coisa como dugugugugugudududufuuguguguggu. Lindo. Mas, lá está, acho que basta um plano do Cameron debaixo de água para separar as águas em relação ao primeiro filme. Os silêncios desses planos, já o trabalho dos espaços (embora ainda não seja "Aliens", obra-prima), aqueles trinta segundos antes da Tricia O'Neill vir ao cimo no final, silenciosos, só olhares, som do mar, AQUELE SOM DA MADEIRA DO BARCO A RANGER, já me faziam ver, um ano antes de eu nascer, o quão grande cineasta Cameron se tornaria. Estou para ver os silêncios do "Star Trek". Um dia, talvez, verei o "Avatar". Duguguguududududduugugugugugug.