Sunday, June 28, 2009
Thursday, June 25, 2009
Monday, June 22, 2009
Thursday, June 18, 2009
Jesper Ganslandt
O trailer nem me surge como interessante, mas é uma grande notícia para mim saber que o homem está a fazer coisas. Nada, a não ser o fim da minha existência, impedirá o seu filme anterior de entrar para número #8 e nem o fim da minha existência impede que a língua sueca seja a mais bela do universo.
30 filmes com o Paraíso do Gelado #7
Saraband, Ingmar Bergman, 2003
Nunca mais acaba esta triste ideia.
Nunca mais acaba esta triste ideia.
Wednesday, June 17, 2009
Vítor Silva Tavares*
1)
Gosto de ir votar porque a junta de freguesia é ali na Rua da Esperança, e vota-se ao domingo, e ao domingo aquilo é uma aldeia. Até os cavalheiros podem aparecer de chapéu, porque é quase tudo emigrantes, de Ovar, daqui e dacolá. Põem os seus melhores fatinhos, as esposas ou viúvas também, e é-me ternurento ver como aquela gente vai tão respeitosamente votar. Então, eu gosto de ver aquilo e também vou.
Isso explica por que vai votar....
Como vê, não é por causa da “democracia”.
2)
Do ponto de vista pessoal sou um indivíduo baratíssimo desde miúdo. Sei comprar a minha comida, sei fazê-la.
Os seus carapaus.
É uma metáfora. Sendo os meus pais muito miúdos, quando o meu pai já está a fazer as carreiras da Europa, o navio aportava a Alcântara ou a Santos e ficava uma semana em carga e descarga, ia depois para Leixões e podia lá ficar uma semana. Por vezes a minha mãe para poder estar mais tempo com o meu pai acompanhava-o a Leixões, e já tínhamos a guerra, as tais senhas de racionamento, e industriou-me não só a ir à mercaria, à peixaria, ao talho, à padaria, com as tais senhas, como a fazer a minha comida. Melhor, quando nasceu o meu irmão, fazer para mim e para ele. E a minha mãe podia ir sossegada. Logo, faço cozinha desde os cinco, seis, sete anos. Não tendo eu vícios excessivos, a não ser o tabaco...
Quantos cigarros fuma por dia?
Um maço e meio. Indo ao cinema de 15 em 15 dias, ou uma vez por semana, porque gosto muito de cinema, tenho com a minha companheira, que trabalha no aeroporto, um tipo de vida muito estreito do ponto de vista económico, mas com muito conforto. Comemos muito bem lá em casa, as coisas são bem escolhidas, cozinho bem, logo ninguém pode ouvir da minha boca qualquer queixume, coitadinho de mim que sou tão pobrezinho. Não me importo nada de ser pobre. Não trocava a minha posição de modo algum com o Belmiro ou o Berardo. Tenho pena deles. Se o Berardo ou o Belmiro perderem 25 tostões, ou dois euros e meio nessa noite eles não dormem. Ai eu durmo regaladamente. Do que tenho um bocadinho de pena, e por isso, evito, é de ir a certas livrarias. Poderia ter a tentação deste ou daquele livrito, Evito e custa-me evitar. Eu que faço livros não tenho dinheiro para comprar livros. Mas tirando isso, não me custa nada viver como vivo.
*Entrevistado pela belíssima Alexandra Lucas Coelho, já há muito tempo que não a leio e que não lhe fazia um elogio. Outra a quem a Jessica Alba não chega aos calcanhares, pá.
Gosto de ir votar porque a junta de freguesia é ali na Rua da Esperança, e vota-se ao domingo, e ao domingo aquilo é uma aldeia. Até os cavalheiros podem aparecer de chapéu, porque é quase tudo emigrantes, de Ovar, daqui e dacolá. Põem os seus melhores fatinhos, as esposas ou viúvas também, e é-me ternurento ver como aquela gente vai tão respeitosamente votar. Então, eu gosto de ver aquilo e também vou.
Isso explica por que vai votar....
Como vê, não é por causa da “democracia”.
2)
Do ponto de vista pessoal sou um indivíduo baratíssimo desde miúdo. Sei comprar a minha comida, sei fazê-la.
Os seus carapaus.
É uma metáfora. Sendo os meus pais muito miúdos, quando o meu pai já está a fazer as carreiras da Europa, o navio aportava a Alcântara ou a Santos e ficava uma semana em carga e descarga, ia depois para Leixões e podia lá ficar uma semana. Por vezes a minha mãe para poder estar mais tempo com o meu pai acompanhava-o a Leixões, e já tínhamos a guerra, as tais senhas de racionamento, e industriou-me não só a ir à mercaria, à peixaria, ao talho, à padaria, com as tais senhas, como a fazer a minha comida. Melhor, quando nasceu o meu irmão, fazer para mim e para ele. E a minha mãe podia ir sossegada. Logo, faço cozinha desde os cinco, seis, sete anos. Não tendo eu vícios excessivos, a não ser o tabaco...
Quantos cigarros fuma por dia?
Um maço e meio. Indo ao cinema de 15 em 15 dias, ou uma vez por semana, porque gosto muito de cinema, tenho com a minha companheira, que trabalha no aeroporto, um tipo de vida muito estreito do ponto de vista económico, mas com muito conforto. Comemos muito bem lá em casa, as coisas são bem escolhidas, cozinho bem, logo ninguém pode ouvir da minha boca qualquer queixume, coitadinho de mim que sou tão pobrezinho. Não me importo nada de ser pobre. Não trocava a minha posição de modo algum com o Belmiro ou o Berardo. Tenho pena deles. Se o Berardo ou o Belmiro perderem 25 tostões, ou dois euros e meio nessa noite eles não dormem. Ai eu durmo regaladamente. Do que tenho um bocadinho de pena, e por isso, evito, é de ir a certas livrarias. Poderia ter a tentação deste ou daquele livrito, Evito e custa-me evitar. Eu que faço livros não tenho dinheiro para comprar livros. Mas tirando isso, não me custa nada viver como vivo.
*Entrevistado pela belíssima Alexandra Lucas Coelho, já há muito tempo que não a leio e que não lhe fazia um elogio. Outra a quem a Jessica Alba não chega aos calcanhares, pá.
Wednesday, June 10, 2009
Saturday, June 06, 2009
Thursday, June 04, 2009
Wednesday, June 03, 2009
Aguentei 50 segundos do trailer de "The Road".
Actualização: vendo bem, sou parvo. Desde quando é que o romance de Cormac McCarthy poderia ser adaptado por Hollywood (a não ser que o realizador fosse o Ridley Scott)? Há um cineasta a vir-me à cabeça para a tarefa: Lisandro Alonso.
Actualização: vendo bem, sou parvo. Desde quando é que o romance de Cormac McCarthy poderia ser adaptado por Hollywood (a não ser que o realizador fosse o Ridley Scott)? Há um cineasta a vir-me à cabeça para a tarefa: Lisandro Alonso.