Sem entrar em lugares-comum (nossa senhora, quantos vai haver) ou repetir o que já disse antes, hoje, apetece-me recordar alguns episódios:
1) A lágrima que julgo ter visto no seu rosto no final de "It´s a Wonderful Life", quando projetado no ciclo de 50 da Gulbenkian - na trigésima, quadragésima, septuagésima vez que terá visto o filme?
2) Os 5, 10 minutos que levou a falar de "Phaedra", de Jules Dassin, quando o filme a ser exibido era o "Night and the City". Ninguém ousou corrigi-lo.
3) A segunda vez que vi o "Nosferatu", de Murnau, na Cinemateca. Por alguma razao, 80% de uma sala bem composta rondava os 20 anos e muito se riu nessa projeccao. Quando as luzes se acenderam, ele olhou para trás (sentava-se à frente) com um rosto triste, olhando os rostos alegres. Em seguida, encontrámos o rosto triste um do outro e fixámo-nos dois, três segundos.
4) Vítor Goncalves, comovido, a agradecer a análise de Bénard a "Uma Rapariga no Verao", dizendo que Bénard o ajudou muito a compreender o seu próprio filme.
5) A história do Johnny Bénard, que suponho que contaria a cada exibicao do "Johnny Guitar". A primeira vez que vi o filme foi lá. Nao programem agora o filme.
6) A forma tosca como mexe o acúcar no café, em "Recordacoes da Casa Amarela".